Rio+20, no Rio
de Janeiro, os problemas que não aprecem nos cartões postais.
O "lado B' do Rio - O caminho até a zona Sul do Rio obriga o visitante a ter contato com o que o cartão postal não mostra. A cidade do Pão de Açúcar, do Corcovado e de Copacabana tem 22% de sua população, ou 2,4 milhões de pessoas, vivendo em 743 favelas – ou aglomerados subnormais, na definição do IBGE. Ao longo da Linha Vermelha, a via expressa usada para conectar o centro da cidade com a Ilha do Governador e as cidades da Baixada Fluminense, os convidados da Rio+20 cruzarão o complexo de favelas da Maré.
O Galeão também sofre com o que está
além dos limites do aeroporto. A apenas sete quilômetros das pistas fica o
aterro de Jardim Gramacho, o maior lixão a céu aberto da América Latina. Os
detritos que se acumulam atraem urubus, que põem em risco os pousos e decolagens.
De acordo com a Infraero, em 2009 houve 94 incidentes envolvendo aeronaves e
aves. Já houve sucessivas promessas de fechamento do lixão, mas o ponto final
nos despejos que ajudam a poluir com chorume os rios da região e a Baía de
Guanabara sempre foi adiado. A nova promessa da secretaria do Ambiente é de que
no próximo Dia Mundial do Ambiente, 5 de junho, os caminhões com restos de toda
a população da capital e de municípios da Baixada Fluminense tenham novo
destino. Para o Rio, se a data comemorativa e a pressão internacional da Rio+20
conseguirem essa vitória, a conferência já terá valido a pena.
Zona Sul – Na viagem
entre o Galeão e os hotéis da zona sul, só ao fim do Túnel Rebouças ou a partir
do Aterro do Flamengo os convidados da Rio+20 começarão a ter contato com as
imagens do Rio que correm o mundo. A porção mais nobre da cidade também luta
para reverter os efeitos da poluição. A Lagoa Rodrigo de Freitas passa por um
programa que prevê a despoluição até 2014. Isso significa trazer o nível de
coliformes fecais de 16 mil para cada 100 mililitros de água, encontrado em
2004, para perto de mil, para o mesmo volume. Atualmente, a Lagoa para próximo
de 2.400 coliformes por 100 mililitros. Para isso foi instalado o Centro de
Controle Operacional de Esgotos, que ajuda a monitorar os afluentes. O programa
é patrocinado pela EBX, do empresário Eike Batista.
Luís Bulcão,
do Rio de Janeiro
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