terça-feira, 10 de abril de 2012

Lixo acumulado: no caminho dos líderes mundiais que vão participar da Rio+20, os problemas ambientais do Rio de Janeiro
Rio+20, no Rio de Janeiro, os problemas que não aprecem nos cartões postais.
O "lado B' do Rio - O caminho até a zona Sul do Rio obriga o visitante a ter contato com o que o cartão postal não mostra. A cidade do Pão de Açúcar, do Corcovado e de Copacabana tem 22% de sua população, ou 2,4 milhões de pessoas, vivendo em 743 favelas – ou aglomerados subnormais, na definição do IBGE. Ao longo da Linha Vermelha, a via expressa usada para conectar o centro da cidade com a Ilha do Governador e as cidades da Baixada Fluminense, os convidados da Rio+20 cruzarão o complexo de favelas da Maré. 


O Aeroporto do Galeão opera com 85% de sua capacidade e foi chamado pelo governador de "anticartão postal" do Rio
O Galeão também sofre com o que está além dos limites do aeroporto. A apenas sete quilômetros das pistas fica o aterro de Jardim Gramacho, o maior lixão a céu aberto da América Latina. Os detritos que se acumulam atraem urubus, que põem em risco os pousos e decolagens. De acordo com a Infraero, em 2009 houve 94 incidentes envolvendo aeronaves e aves. Já houve sucessivas promessas de fechamento do lixão, mas o ponto final nos despejos que ajudam a poluir com chorume os rios da região e a Baía de Guanabara sempre foi adiado. A nova promessa da secretaria do Ambiente é de que no próximo Dia Mundial do Ambiente, 5 de junho, os caminhões com restos de toda a população da capital e de municípios da Baixada Fluminense tenham novo destino. Para o Rio, se a data comemorativa e a pressão internacional da Rio+20 conseguirem essa vitória, a conferência já terá valido a pena.

Poluição no Canal do Fundão: região que foi afetada pelo vazamento de óleo da Petrobras está sendo dragada

Zona Sul – Na viagem entre o Galeão e os hotéis da zona sul, só ao fim do Túnel Rebouças ou a partir do Aterro do Flamengo os convidados da Rio+20 começarão a ter contato com as imagens do Rio que correm o mundo. A porção mais nobre da cidade também luta para reverter os efeitos da poluição. A Lagoa Rodrigo de Freitas passa por um programa que prevê a despoluição até 2014. Isso significa trazer o nível de coliformes fecais de 16 mil para cada 100 mililitros de água, encontrado em 2004, para perto de mil, para o mesmo volume. Atualmente, a Lagoa para próximo de 2.400 coliformes por 100 mililitros. Para isso foi instalado o Centro de Controle Operacional de Esgotos, que ajuda a monitorar os afluentes. O programa é patrocinado pela EBX, do empresário Eike Batista.

Luís Bulcão, do Rio de Janeiro



Nenhum comentário:

Postar um comentário