Cientistas e
economistas ligados à área ambiental não poupam críticas à pauta da Rio+ 20, a
conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que será realizada em
junho.
No final de
março, mais de 3 mil cientistas, de todas as partes do mundo, se reuniram em
uma conferência em Londres chamada Planet Under Pressure [Planeta sob pressão].
No final da conferência, esses pesquisadores produziram um documento final que
critica a atual postura das negociações internacionais de jogar a solução dos
problemas ambientais sempre para o futuro.
O texto
argumenta que a ação humana tem influência no clima e no meio ambiente do
planeta, e diz que, sem ações imediatas, a humanidade vai passar a enfrentar as
ameaças em áreas como água, alimentos, biodiversidade e recursos naturais.
Esses argumentos não são novidade, mas os cientistas também adicionaram ao
texto recomendações para a Rio+20.
Eles argumentam que os países reunidos na conferência, que acontecerá em junho
no Rio, deveriam implementar pelo menos três medidas:
A reestruturação
das organizações internacionais ambientais: o documento pede que as instâncias
internacionais que atuam com meio ambiente sejam fortalecidas, e defende a
criação de um Conselho do Deenvolvimento Sustentável dentro das Nações Unidas.
“Também há grande apoio para fortalecer a governança global incluindo a
sociedade civil, empresas e indústrias em todos os níveis de tomada de
decisões”, diz o texto.
Criação de
metas para sustentabilidade: os pesquisadores apoiam a proposta de criar, na
Rio+20,Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável. Seriam metas parecidas aos Objetivos do
Milênio da ONU, só que funcionariam tanto para países ricos quanto pobres. “A
comunidade científica deve ser envolvida no desenvolvimento dessas metas,
objetivos e indicadores”.
Valores para
os serviços ambientais: o terceiro ponto pede que sejam reconhecidos os valores
(monetários ou não) dos serviços ambientais. O meio ambiente presta “serviços”
como purificar o ar, prover água doce, controlar o clima, entre outros.
Atualmente, quando uma indústria causa dano ao ambiente, ela não contabiliza
esse dano, e o prejuízo fica todo com a sociedade. O documento pede mecanismos
para evitar que os prejuízos do dano ambiental sejam arcados apenas pelo
coletivo.
As
recomendações dos pesquisadores não estão muito distantes do que outros setores
da sociedade estão cobrando da Rio+20. Ainda assim, para fortalecer esses
posicionamentos, cientistas farão uma reunião na conferência, antes da chegada
dos chefes de Estado ao Rio, e devem apresentar mais reivindicações.
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